terça-feira, 14 de julho de 2009

Unfaithful

Carlos Drummond de Andrade


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Natasha Bedingfield Pocketful of Sunshine


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Come To Daddy




Bjork - All is full of love



ENTREVISTA QUE A SANTA QUE HÁ EM MIM FEZ COM A PUTINHA QUE HÁ EM MIM

Bem, minha querida, podemos começar?
Você não sabe o prazer que eu sinto, minha querida, de estar com você, apesar de nossas divergências. Vamos ao ponto, quero dizer, ao sexo... Meu anjo _ se é que posso lhe chamar assim _ não entendo esse seu jeito tão objetivo de entender o amor. Porque é simples! Agente nasce, cresce, escolhe um homem entre milhões de outros e casa com ele! A paixão é o sentimento de escolha de um entre milhões de homens, por isso é lindo. E escolheu, está escolhido. Aí a gente tira isso da cabeça porque dá um trabalho danado e vai cuidar das outras coisas: fazer uma casa bonita, ter filhos, profissão, ganhar dinheiro, pagar as contas em dia e tudo isso, uma delícia!
_ Putinha, 18 anos, mulher. Quero trepar. Não penso em mais nada, quero trepar o dia todo. Não é de escolhar que eu falo, é de sexo, já ouviu falar? Adoro quando alguém fica com tesão por mim e vice-versa. Eu me sinto muito atraida por ele próprio em si, em pessoa, o Pau. Ele tem algo de místico. É um guru calado. Que eu amo, independentemente do que está por trás. Que, aliás, em geral são pessoas chatíssimas, minha santa.
_ Como adivinhou meu nome? Putinha, você está perdida. O mundo moderno te corrompeu. O sexo em si não é nada. Todos os homens são iguais, quer dizer, mais ou menos iguais e fazem as mesmas coisas, isto é, mais ou menos as mesmas coisas. O sexo é apenas um meio de comunicação entre as almas. O diálogo começa na prosa, depois se aprofunda, vira poesia, depois beijo,sexo e até filhos. Meio de comunicação.
_ Como o telefone, o automóvel ou o fax? Senhores, não escutem nada do que esta debíl mental emite. Isto não é uma mulher, é um freezer. Quem disse que eu não amo, santa! Deixa de ser burra, eu amo todos, um por um, louca e fielmente. Não posso ficar com um homem só. Neurotiza, asfixia, engorda, enfeia...
_ Em primeiro lugar, não me parece que eu esteja assim tão neurótica, asfixiada, gorda e feia.
_ Você vai ver daqui a uns anos.
_ Agora chegamos ao ponto. Querer amar vários homens ao mesmo tempo não faz sentido, é querer seguir vários caminhos ao mesmo tempo, estar em duas camas ao mesmo tempo, é impossível. Pular de uma para outra é uma trabalhadeira, um inferno, é largar um homem para ficar com outro, depois outro, depois outro, é um lugar comum, é o que todo mundo faz, é repetir a mesma história, perder a chance de um aprofundamento, perder o jogo...
_ Você deve ser péssima de cama.
_ Mas atualmente é a mim que eles preferem, embora eu reconheça que você teve a sua época. Atualmente você os deixa inseguros, ciumentos e com medo de pegar Aids.
_ Vamos parar de brigar! Temos que chegar a um acordo, antes que viremos sapatões! Talvez um dia, minha santa, olha que lindo!, eu consiga ficar tão puta, mas tão puta, putérrima, putéssima, metafisicamente putona... que eu vire uma santa.
_ Ah! com que emoção eu ouço isso. Porque ás vezes eu também penso... em ser tão pura e imaculada, bondosa e generosa, que acabe virando a rainha das putas! Com o homem que eu amo, claro.
_ Já seria alguma coisa, afinal não se pode ter tudo. Me abraça , amiga.

Fonte: confissões de adolescente

All The Things She Said (Legendado port)






T.a.T.u. - Snowfalls